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Acabei agora de regressar de um mundo alienígena bio-mecânico. O imaginário de Giger. A melhor forma de situar este pintor, escultor e designer é começar por dizer que criou a figura do genial clássico do sci-fi\horror Alien. Tive a sorte de ver uma exposição dele agora no Kursaal. Sempre me fascinaram as suas criações, é o mundo alienígena mais bem conseguído que já vi, seja em pinturas ou cinema. Principalmente humanóide dos seres que cria. Muitas das suas criações tem um forte cariz sexual, erótico. As figuras femininas são poderosas, remetem o ser humano para a inferioridade perante figuras femininas tão sensuais e ao mesmo tempo capazes de gerar criaturas horroríficas e letais. Pensei em Nietzsche perante algumas destas figuras.

Estas figuras femininas são perturbadoramente atraentes, verdadeiras obras-primas. Fascinante.

Há quem considere esta estética de repulsiva e grotesca. Admitindo que foge aos tradicionais padrões de beleza, não concordo com isso. Acho belo. A estética não vale por si só. Há um significado. Eu afirmo isto, embora por vezes me custe a perceber qual o valor de certas coisas que acho bonitas, simplesmente acho. No caso da arte de Giger, eu consigo entrar num mundo onde a beleza está na elegância, sensualidade e uma frieza feminina estranhamente atraente. Desperta um lado obscuro, que leva à admiração por tão amorais criaturas.

Esta exposição continha peças de mobília, uma mesa e cadeiras. Extraordinário. Dá-me a sensação de uma assembleia entre os aliens.

Já vi muitas imagens que invocavam satanismo, mas esta “partiu-me todo”! A utilização dos braços de Cristo, na sua posição de crucificado, é uma blasfémia muito bem conseguída. Pleno de significado.

Nesta exposição também era possível visualizar um documentário, narrado pelo próprio Giger, onde explicava como foram construídos os cenários do filme Alien. Se alguém tiver a sorte de poder ver esta exposição, aconselho vivamente.