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Gosto de futebol, e já vi do bom jogado pela selecção Portuguesa, mas são poucas as minhas esperanças para este europeu. Não vou carpir as lágrimas que fatalmente molham o rosto da nossa pátria, quer as do fim, quer as proféticas que jorram neste momento, antecipando a mais do que certa calamidade. Humildemente, ou sensatamente, nem precisamos de investir num sentimento tão mal afamado em terras lusas, mas temos de reconhecer a evidência de que os adversários são melhores. Falo como adepto que não percebe nada de futebol, sei apenas que Portugal tem atletas soberbos e ex-treinadores ressaibiados, e espero para ver.
O que me incomoda neste circo mediático, é o desfile de óculos de sol, auscultadores, penteados azeiteiros e comentadores que de boca cheia falam em melhores do mundo, melhor isto e aquilo, que durante este mês ocupa os media em geral. Não misturo o marketing que uma equipa de uma país em crise tem de fazer, rentabilizando a imagem, mas francamente, tem de haver sensatez, e a ostentação não cai bem nos magros tempos em que vivemos. O marketing também passará por esconder em vez de mostrar.
Politicamente, será dos campeonatos mais interessantes, esta é a única forma relativamente saudável de misturar futebol com política. Vejo o Euro 2012 como um Europa X Alemanha. Sábado, Portugal representará, não uma equipa de futebol, e salpicando o já apurado caldo com um bocado do dramatismo que tem faltado aos insossos Euros mais recentes, mas uma selecção dos PIGS que terá uma oportunidade única de jogar de igual para igual. Espero que não danifiquem muito a camisola, mas que a sujem.
É um fenómeno curioso, o silêncio em relação à dimensão política deste jogo, talvez por recomendação nosso Primeiro para não enervar Angela Merkel e os mercados, em caso de vitória portuguesa talvez vá ele directamente à Alemanha reconfortar a senhora. Por outro lado, perante uma derrota provável, imbuir um jogo tão complicado com uma adicional carga política iria tornar uma potencial derrota ainda mais dramática.
Imagem daqui.