Começa pela viagem de ida. Quando me falavam no Sud-Express, o comboio com o trajecto Lisboa-Paris, pensava em algo com um certo romantismo e conforto. Se calhar há quarenta anos atrás (metade da idade do comboio :P) era verdade! Sinceramente, pensava que fosse um comboio com bastante qualidade, tal é a distância do seu percurso e o número de horas que uma pessoa passa dentro dele, mas não. É uma peça de museu. As cabines têm espaço para seis pessoas. Uma gestão de espaço que segue a mesma lógica das discotecas nas passagens de ano.
Depois de ter ouvido histórias de pescadores , vidas na França e dormido uma noite muuuito descansada embalado pelos solavancos do comboio, lá cheguei a San Sebastian, a cidade onde vou permanecer os próximos 9 meses da minha vida, e onde vou fazer a minha tese de mestrado.
A cidade surpreendeu-me pela sua beleza, apesar de já ter visto algumas fotos, mas mesmo assim estando aqui parece-me mais bela, muito por culpa da praia e da estética dos edifícios. Eu adoro mar, poder estar perto da água e sentir a brisa marítima todos os dias faz-me sentir mais saudável e até respiro melhor.
A vida de trabalhador é ingrata, estou a fazer uma semana de trabalho à inglesa. Toda a semana colado ao monitor e deito-me ás 11, quando chega à sexta-feira, pelas duas e meia (sim, porque saio às duas e meia nas sextas :D) ao sair das portas da empresa tenho aquela sensação de “school’s out for summer” ! Compro heineken (tornou-se na minha cerveja preferida, depois da estadia na Holanda) , vinho tinto e coca-cola. Estes dois últimos juntam-se para fazer um kalimotxo, uma bebida local à qual se deve adicionar muito gelo, parece ser esse um dos segredos. Demorou algum tempo a descobrir, mas agora saem bons. A cozinha aqui é muito boa, principalmente a doçaria. Ainda não comi um bolo que não gostasse.
Nas fotos do lado esquerdo pode-se ver a especialidade de San Sebastian, pintxos. São entradas, pequenas especialidades que tomam muitas formas e tem muitos sabores, podem ser feitos com camarão, queijo, alho, cebola, maionese, peixe, presunto, etc. Existem imensas variedades e são muito bons, mesmo muito. No meio estão os kalimotxos e custaram 4 euros, isto aqui não é nada barato. No lado direito estão chocolates que custam 35 euros o quilo. Qualquer dia compro 10 gramas…
Sair à noite aqui sai caro, mas vale a pena. Ainda não saí muitas vezes, mas já percorri a Parte Vieja onde se encontram os bares. É curioso ver pessoas de todas as idades na noite, um fenómeno que não é muito normal em Portugal, não é costume ver pessoas de 70 anos ás 3 da manhã na rua.
Cá vos espero para comer uns pintxos e beber uns copos. 😀