O tiquezinho fascista que corre nas veias lusas encontrou nesta pandemia mais uma brecha onde se manifesta sob o pretexto da virtude moral ou, já contando com a ética utilitarista anglo-saxónica que cá se entranhou por via do cinema light e do infotainement político-mediático norte-americano, sob o pretexto do imperioso achatar da curva.
Nessa duvidosa amostra da fauna social que são as redes, podcasts e meios afins, vangloria-se boa parte dos internautas de assinalar os prevaricadores não mascarados. Não há máscara mais pérfida do que a superioridade moral – admitindo eu, que este post e tantos outros estão eivados desse viciante veneno.
Declaro, desde já, que considero, sabendo-se o que se sabe, o uso da máscara como um imperativo ético, sem mais.
O que me dá calafrios é a mentalidade de denúncia, o dedo em riste, o prazer da acusação, o comportamento jornalístico que apresenta uma manifestação como um ajuntamento de negacionistas julgando-os no momento da entrevista (ver Jornal da SIC à uma da tarde de hoje); é uma construção político-cultural de dominação sobre o outro através de uma campanha que atira a ciência para um positivismo atávico há muito ultrapassado, de não compreensão. É a situação calamitosa de muita gente, completamente ausente de uma imprensa que não noticia o país, mas uma ideia mediática de comunidade que eles frequentam e validam. Espero sem esperança que se documente a situação dos idosos, vítimas de um paternalismo fascista, arrumados nas prateleiras dum país envergonhado que se tapa de asfalto e betão. Perdoem-me o tom.
É uma forma de fascismo. A excessiva caracterização da figura de Salazar, contendo todos os tiques fascistas na personagem e seus sequazes, é um encapotamento de um comportamento que nunca cessou, transformou-se, perdeu a vergonha na distância que vai das redes sociais aos seus alvos. E dispensa-se qualquer arrumo na esquerda ou na direita. A política identitária, no seu afã de policiamento de costumes e linguagem, o racialismo, é uma forma de fascismo.
Surgido como distracção dos internautas conspiracionistas, aquela agremiação de inocentes que se denomina de Chega é o paliativo ideal da consciência dos outros fascistas, pois Ventura ocupará a ribalta, detém o monopólio da atenção, estão assinalados os fascistas, via aberta para os restantes agirem impunemente. O fascismo português não é expansivo, move-se entre a virtude e o defeito, alimenta-se do ressentimento. Eu próprio detecto laivos de um eco-fascismo em mim.
O fascismo é, acima de tudo, a vontade indómita em agir moralmente contra a ofensa, sem que para tal se pense ética e fraternalmente.
Em alternativa ao plano traçado segundo as linhas mestras do business as usual, a promoção do consumo (choverá alcatrão e betão sob Portugal?), foi elaborada por quatro investigadoras, Susana Coroado, Susana Peralta, Joana Gonçalves de Sá e Júlia Seixas, uma visão estratégica assente numa ética global, onde identificam os seguintes problemas: a crise ambiental, a pobreza, a secundarização da ciência e a corrupção. O plano pode ser consultado em https://www.2030.pt/visatildeo-2030.
Pode-se escutar na voz de uma das proponentes, a cientista Joana Gonçalves de Sá, as linhas mestras da sua visão no podcast Som Ambiente a partir dos 18:15.
Está disponível, também, um Webinar onde discutem as várias propostas.
Este plano adere à bioética global, isto é, a consideração das várias formas de vida como medida de progresso. Mudar a orientação para a redução do consumo é, também, a minha perspectiva pessoal. Quanto a isto, muito haverá a dizer.
Infelizmente, esta reflexão tem pouco impacto nos media – para além dos artigos publicados pelas próprias proponentes -, ocupados que estão com o entretenimento político, onde comentadores habituais se entretém na mensura de popularidade que tal plano dá ou não.
Depois do Haiti, é da Madeira que chegam imagens de pessoas a sofrer. Pessoas que perderam as suas casas e familiares. Ontem vi uma senhora a cambalear desesperada e a gritar pela filha que tinha desaparecido nas águas. Como é que eu sei disso? Porque alguém lhe disparou uma câmara para a cara da senhora. Eu não tinha o direito de ver algo tão íntimo de uma pessoa, como o desespero pela perda de uma filha, e quem manejava a câmara não tinha o direito de o mostrar.
Não são precisas reportagens que inundam os telejornais de descrições dantescas com palavras banais e expressões que não fazem sentido, dramatizando aquilo que só por si é suficientemente mau, mostrar as reportagens das televisões dos outros países, mostrando o miserabilismo que nos é característico. São perfeitamente ridículas aquelas imagens de carros amontoados no meio do entulho, acompanhadas por uma música lamechas. Vi jornalistas quase a entalarem-se com as palavras trágicas, umas a seguir ás outras, a fazerem a mesma pergunta idiota de sempre “O que é que sentiu quando viu a sua casa a desmoronar-se?” . É uma falta de respeito pelo sofrimento que as pessoas estão a passar. Não sei se me segurava se algum familiar meu tivesse morrido e me fizessem perguntas dessas com a câmara apontada à cara.
Qual é o objectivo de tal voyerismo? Porque é disto que se trata. Não é preciso este espectáculo para noticiar o acontecimento. Sensibilizar as pessoas ou choca-las? É preciso isto para activar a solidariedade que eu acredito que lá no fundo, em situações como estas, é um sentimento que surge com a nobreza que somos capazes de sentir, na condição de seres humanos.
Congratulo as pessoas que se disponibilizaram a ajudar, e aquelas que pelos cargos que ocupam deram a mensagem certa, mesmo que não concorde com a maioria das coisas que dizem, mas desta vez o sr. Alberto João disse a coisa certa “Não vamos dramatizar, vamos reconstruir”. É um líder populista, mas é um líder.
Por várias vezes ouvi esta frase ao longo da minha vida. Eu podia interpretá-la de duas maneiras, que representam duas formas diferentes de estar na vida:
Fazia uma introspecção e procurava as razões que levaram determinada pessoa a exigir respeito da minha parte;
Considerava que a mera referência ao respeito um atentado à minha liberdade, pois pressupõe que eu próprio me iniba de dizer, ou fazer determinadas coisas que eventualmente possam prejudicar outrem, mas que eu posso fazê-las à luz da minha interpretação de liberdade.
Claro que eu da hipótese 1. podia chegar à conclusão que alguém me estava a privar de algo a que eu teria direito, e chegava à hipótese 2. Pelo que vejo, a hipótese 1 é posta de lado.
Ao longo da vida, tenho conhecido pessoas, que se “crispam” ou fazem aquele sorriso irónico com o canto da boca, quando ouvem dizer que a liberdade implica mais deveres do que direitos. Este é um princípio fundamental da nossa sociedade. Aceitar o que não gostamos. Quem me conhece, sabe que eu reajo ás críticas que me fazem, e por vezes efusivamente, e normalmente confunde-se isso com não saber aceitar as críticas. Eu aceito, mas discuto. Quando alguém, no seu pleno direito, toma a liberdade de criticar, terá, necessariamente de estar preparado para a devida resposta. Apenas pessoas com fraco carácter e fraca personalidade é que precisam de faltar ao respeito para se insurgir contra uma opinião desfavorável.
Neste blog, eu falo muito de ética e princípios morais, apesar de os defender com convicção e acreditar na sua universalidade, tenho a consciência que é a minha maneira de ver as coisas. É a minha sensibilidade e educação. O mais importante para mim, é que esses princípios estejam assentes numa base de respeito. A blogosfera é um espaço de opinião, e ao mesmo tempo uma comemoração da liberdade na sua forma mais pura. Não há regulação, simplesmente cada um escreve o que quer, consoante a sua consciência, os seus princípios, e sem necessitar de currículo para opinar sem correr o risco de ser acusado de intelectualmente irrelevante. E nem sei como podia haver regulamentação, só se for uma entidade que leia os posts um por um, e determine aqueles que devem ser apagados por violarem uma qualquer lei.
É impressionante a frequência com que ultimamente se difama e falta ao respeito as pessoas, em capas de jornais, artigos, e pior, os próprios políticos não se dão ao respeito (aquela expressão popular um pouco nubelosa). Vemos um ministro a fazer uns “corninhos” e é imediatamente crucificado, se aplicássemos esse rigor em todos os sectores, ia ser uma limpeza. Vemos um primeiro-ministro afundado em casos mal explicados, constantemente surgem na praça pública nomes de pessoas, instituições e empresas envolvidos em suspeita, Isaltinos, Felgueiras, Freeport, BPN, Independente, Moderna, sucatas, compra da TVI, etc. Nada é clarificado. Os partidos parecem ser uma catapulta para futuros voos pelo riquismo, influência e poder, uma espécie de ritual de passagem, onde cada mancebo é benzido coma água benta da opinião única, a direcção tomada pelo partido. É isto que os políticos dão a entender, terão de pensar naquilo que fazem e dizem, antes de se queixarem da imprensa.
Os jornais substituem-se à justiça, mesmo que esta esteja ou pareça falida. O assunto é melindroso, os cidadãos têm o direito de saber o que se passa. Por outro lado, esse poder na imprensa condiciona a opinião pública, consequentemente a sua intenção de voto em determinada direcção. Se existisse apenas um meio de comunicação, seria gravíssimo se esse fosse tendencioso, é o que acontece nas ditaduras, mas existindo inúmeros jornais, revistas, rádios, televisão, sites, e juntando a blogosfera, o carácter tendencioso de um jornalista ou entidade, é facilmente desmascarado e fica ao critério de um leitor (informado) julgar a seriedade daquilo que está a ler.
Eu não quero com isto, “Medina Carreirar” este post, com todo o respeito pela pessoa em causa, eu dou estes exemplos, para relevar a falta de princípios e de moral. Estamos a construir uma sociedade, que promove o acotovelamento das pessoas, por um qualquer privilégio ou status. E a importância que, nós por estes lados, damos a esse status…
Escrever textos num jornal, baseado em coisas que nos disseram que ouviram no restaurante. E lançar isto para a praça pública, parece-me pouco rigoroso. Mas há que distinguir entre o artigo de opinião, e uma notícia. São formatos diferentes. É um terreno pantanoso este dos artigos de opinião. Trata-se de uma visão pessoal das coisas, mas quando se envolve factos oriundos de fontes suspeitas ou anónimas, factos não confirmados, visando pessoalmente alguém, há que, no mínimo, pensar um bocado. Não estou a afirmar que seja este o caso, não me ponho na posição de acusador, nem tenho competência nem conhecimento dos factos em causa. Quem quer usufruir da liberdade nestes termos, pode muito bem conviver com políticos que não sabem, ou não querem, ouvir críticas.
Fazer destes caso, uma arma de arremesso político é apenas cometer o mesmo pecado, cometido pela pessoa acusada, apenas com uma polaridade diferente. Se um político com a importância de um primeiro-ministro tentou controlar ou condicionar a imprensa, por meios sinuosos ou directos, é gravíssimo, anti-democrático, e sabe o que tem a fazer, se os factos o provarem. E o problema é este. Há a sensação clara, de que a Justiça não funciona, e casos que envolvem pessoas com responsabilidade, continuam pendentes, envolvendo a política em suspeitas de corrupção e abusos de poder.
Juntando a este triste cenário de impunidade, está a “futebolização” do debate. Cada um defende os seus interesses, os seus futuros votos, o seu clube partidário, sem qualquer responsabilidade ou respeito. A demagogia deixou de o ser, passaram a ser argumentos como quaisquer outros. Neste momento não distingo os partidos uns dos outros, excepto pelas pedras que são lançadas de um lado e de outro. Juntando aos políticos , estão os opinadores a puxar pela sua equipa, tal como hoolingans, e no final da pirâmide, estamos nós. Amantes deste tipo de crispações entre os famosos, vamo-nos rindo…
Não posso afirmar que são todos iguais, essa é a demagogia na qual não me revejo, nem concordo com o método de “vassourar” tudo e todos com o objectivo de limpar, há muitas pessoas na praça pública da política e imprensa que respeito e admiro, mas o sentimento de impunidade, e acima de tudo, uma enorme falta de respeito e princípios, perturbam-me muito mais do que números e dívidas.
Eu disse o que pensava, em plena liberdade. Sem compromissos. Apenas com a minha consciência, aquilo que mais tenho de precioso. Tenho gosto nisso. É pena que muitos se queixem do contrário. E é triste que, para muitos, a consciência seja apenas um legado de um antepassado da sua própria espécie.
Antes de mais, este post não sobre ficção-científica. Tratam-se de assuntos que agora não têm impacto (quase), mas que num futuro próximo são da maior importância, pois estão relacionados com questões éticas que nos afectam a todos. Há 20 ou 30 anos era uma coisa mais própria do cinema e dos livros do A.C. Clarke, mas cada vez é mais relevante. E como o escritor disse, “A tecnologia avançada, é indistinguível da magia”
Se recuarmos no passado, uns 200.000 anos, verificamos que a Humanidade evoluiu muito lentamente desde o seu aparecimento em África, os instrumentos utilizados na altura mantiveram-se relativamente primitivos, e foi apenas há 10.000 anos que o Homem descobriu a agricultura, a domesticação de animais, criando assim sociedades estáveis [6].
A partir daí, a criação de tecnologias que permitiram ao Homem viver com mais qualidade e mais tempo, foi cada vez mais rápida. A Revolução Industrial começou a abrir o caminho da produção em massa, e a investigação científica foi dispondo de instrumentos cada vez mais capazes, descobrindo curas para as doenças, e armas capazes de dizimar um país inteiro.
Chegados a este ponto, algumas perguntas se impõem. Até onde este progresso vai chegar? Há limites?
Pensando nisto, mais concretamente sobre o futuro do hardware, em 1965 o o então presidente da Intel, Gordon E. Moore calculou que o número de transístores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses. Esta previsão ficou conhecida como Lei de Moore. No gráfico em baixo, pode-se constatar a evolução exponencial em performance e número de transístores dos processadores.
A partir desta lei, futuristas como Marvin L. Minsky, acreditam que o desenvolvimento descrito pela Lei de Moore, chegará a um limite denominado de Singularidade Tecnológica, um ponto onde o desenvolvimento é instantâneo. A partir daqui todo tipo de especulações pode ser feito. Surgem termos com o Tecnocalipse, ou seja, um Apocalipse tecnológico, uma coisa mais digno do Terminator II do que da ciência. No meio destes profetas do desastre, há teóricos como o Minsky que prevê a fusão entre homem e máquina lá para meados deste século. Parece algo de extraordinário, mas se pensarmos na evolução a que temos assistido neste últimos anos, a inteligência das máquinas poderá superar largamente a nossa em todos os domínios.
Outro gráfico interessante, tirado do maravilhoso livro do Carl Sagan – um cientista e excelente comunicador, uma pessoa que admiro muito e o professor que todos nós gostaríamos de ter -, Os Dragões do Eden, que mostra de uma maneira bastante elucidativa, as datas dos vários acontecimentos relevantes que aconteceram ao longo da história do Cosmos, sob a forma de um calendário cósmico.
Analisando o calendário, vemos que se o se Universo formou-se ás 00:00 no dia 1 de Janeiro, o homem moderno apenas apareceu ás 23:54 do dia 31 de Dezembro. Esta comparação dá-nos bem a ideia de como as coisas têm evoluído no tempo.
No vídeo abaixo, Ray Kurzweil – um inventor, futurista e uma pessoa fascinante, o mesmo que inventou os famosos sintetizadores , que são usados pelo Jordan Rudess dos Dream Theater – fala da perspectiva da Singularidade.
Tal como Minsky, Kurzwiel também acredita estes tipos, por mais incrível que seja o que eles dizem, não podem ser confundidos com profetas de rua, empunhando a Bíblia, a proclamar o fim do mundo. Acho que se deve levar a sério a questão da evolução tecnológica e as suas consequências. Kurzwiel também defende que o homem se irá tornar uno com as máquinas. A capacidade e dimensão dos computadores têm vindo a sofrer alterações dramáticas em pouco tempo, quando dantes necessitava de um edifício inteiro, actualmente, um computador cabe no bolso, e futuro próximo caberá dentro de uma célula. Os computadores entenderem música, o discurso humano, fazerem diagnósticos médicos, terem personalidade jurídica como dizia um professor meu, tudo isto isto são passos para a Singularidade. Ele dá um exemplo muito bom, imaginem a vida sem motores de busca como o Google. Foi apenas há cerca de 10 anos atrás que se começou a tornar uma prática comum. O passo fundamental será dotar os computadores de inteligência humana.
Estes avanços na ciência levam a um conceito extraordinário, o Transumanismo. Trata-se de uma filosofia emergente que analisa e incentiva o uso da ciência e da tecnologia, especialmente da bio-tecnologia, da neuro-tecnologia e da nano-tecnologia, para superar as limitações humanas, e assim, poder melhorar a própria condição humana [7]. O video abaixo contém uma explicação interessante e sóbria sobre o assunto.
Eu utilizei a palavra sobriedade, porque é muito fácil cair em devaneios num assunto destes. Já fomos confrontados com muitos tabus, a Terra não é plana, não é o centro do universo, que descendemos de primatas, e esta ainda não está bem digerida, e agora defrontam-nos com o mais dramático, podemos não ser o último passo da evolução. O transumanismo pode ser esse passo. Este movimento defende a supressão da dor, sofrimento, doença e morte.
A imortalidade seria uma catástrofe, não consigo ver as coisas de outra maneira. Teria de haver um controlo feroz da natalidade, e possivelmente ter-se-ia de de avaliar as pessoas que deveriam continuar a viver, segundo determinados critérios, a utilidade dessa pessoas para a sociedade, por exemplo. Mas isto até nem é o pior. O próprio principio em si é abominável. A efemeridade da vida é que a torna maravilhosa, a dor é que valoriza os momentos de prazer, sem isto, não nos sobra nada. Seriam seres cinzentos, insalubres e inócuos.
E o Amor? E se com essa tecnologia fosse possível manipular os processo químicos que nos levam a amar? Ás vezes dava-me jeito, mas isto dava poder absoluto a quem pudesse controlar os sentimentos de outra pessoa. Se calhar até nem era necessário, bastava controlar a mente através de implantes que eram comandados à distância.
Aqui surge a velha disputa entre aqueles que defendem a descoberta sem limites nem barreiras, e os que defendem que não se deve alterar o estado “natural” das coisas. Por um lado temos a possibilidade de curar imensas doenças, de acabar com elas até, de nos tornar mais felizes, estimulando o nosso cérebro, do outro lado temos o poder que um estado, por exemplo, poderia exercer sobre as pessoas. Como é que se pode resolver este conflito? As consequências podem ser gravíssimas. Era praticamente tornar o Matrix numa realidade. E o Matrix, poderá ser uma realidade. Com os tais implantes no cérebro, as experiências de realidade virtual poderão ser elevadas a outro nível, acima da realidade. Poderia-se ter experiências sexuais mirabolantes com actrizes porno, voar, ser um gladiador no Coliseu de Roma, mas estas eram as coisas boas.
Se houvesse pessoas que se começassem a melhorar as suas capacidades, acelerar a sua inteligência e capacidade física, haveria uma diferença enorme entre as pessoas “normais” e os transumanos. Houve um tipo no passado que tinha estas ideias, chamava-se Hitler…
Ray Kurzweil fala com mais detalhe sobre esta evolução no conhecido TED Conference.
Intriga-me a visão dos orientais sobre a evolução tecnológica, encaram isso com toda a naturalidade, o próprio Dalai Lama disse que encarnaria numa máquina se esta tivesse capacidade para isso. O Islão era a Meca da ciência e da sabedoria, enquanto a Europa mergulhava em obscurantismo. No entanto, o mundo árabe fechou-se na sua religião, e chegou ao ponto que nós sabemos. A discussão entre ciência e religião, no futuro tecnológico que tenho estado a especular, vai estar ao rubro. E espero que haja mesmo discussão. E séria. Que não venham com as habituais acusações de “velhos do restelo” àqueles que questionam a direcção que estamos a tomar. Também não poder ser uma “caça ás bruxas”. Penso que o grande salto evolucional será elevar a discussão a um patamar elevado.
Eu ponho a questão da seguinte maneira, estamos cada vez mais inteligentes, com melhores condições para ter uma boa qualidade de vida, mais longevidade, mas somos mais felizes? Tudo indica que a sociedade é cada vez mais deprimida, mais triste, mais só, mais desigual, mais desumana, mais artificial. Mas nós continuamos a inventar coisas novas. Cada uma substitui a anterior, cartazes e anúncios com sorrisos teatralizados com a promessa de uma vida melhor. Somos inundados todos os dias com publicidade a um admirável mundo novo, em que está tudo feito por nós. Apenas temos de nos sentar et voilá. Coisas cada vez mais pequeninas, cabem no bolsinho pequenino das calças, não ocupa espaço nenhum, e não tens de pensar. Está tudo feito por ti. Acima de tudo, deixa de pensar. Compra o que nós fizemos por ti. Tudo o que tu tens foi reduzido à escala microscópica, para que não embaraces os outros. Reduzimos-te a nada, a zero. Não tens como competir com os nosso cérebros brilhantes, que não dispersam o seu brilhantismo com questões acessórias, apenas calculam. É inevitável. Nem sequer penses nisso. Achas que vives melhor sem as comodidades que te oferecemos? Só tens de escolher a tua marca, a tua tribo, a identidade que criamos para ti. Bebe Coca-Cola, veste Armani, vê na Sony, Grundig, Philips, calça Nike, Reebok, é só escolher, os panfletos espalhados pelo chão dizem tudo, os mails, a televisão, os placares gigantes à entrada das cidades, as paragens de autocarros, as vitrinas das lojas, Modelo, Continente , Feira-Nova, AKI, promoções, descontos, cartões, filas de espera, filas de trânsito, ToysRus, regresso ás aulas, mais descontos, percentagens, números, Jumbo, Mini-Preço, IKEA, super-hiper-mega-mercados, cartões de crédito, Visa, Mastercard, Caixa, bancos, crédito, dinheiro, tão fácil comprar! Gente inteligente compra aqui! Escolhe, escolhe! Worten, Vobis, perfumes, Microsoft, Logitech, tudo branco, cantos arredondados, aquela marca que simboliza o Iluminismo dos tempos modernos, tudo a branco, como os hospícios, acalma as mentes perturbadas, branco e simples, iPod, IPhone, Itouch, ITunes, IWork, IPad, ILife, ai de ti que não tenhas um! És um ultrapassado, pertences a uma raça inferior de humanos. Não és mais feliz assim?! Não passas de um mal-agradecido. Vai viver para uma caverna, é isso que queres? Não tens como fugir, é inevitável.
Este último capítulo é apenas um pequeno desabafo, fujo um bocado ao assunto, são coisas que me passam pela cabeça quando deambulo por um desses 70 shoppings perto de si. Eu também faço parte da máquina. A tal que nos levará a aceitar as coisas de que falei. Também me alimenta e adormece os sentidos. É isso de que me mais me assusta. Não somos livres, e cada vez menos.
A humanidade é apenas uma criança a brincar com armas. Não temos maturidade para lidar com a nossa própria inteligência. A História tem-nos dado grandes lições, e nós não as aprendemos. O que é que nós pretendemos, alta-tecnologia a todo o custo, ou verdadeira felicidade?
Referências
[1] “What is the Singularity?”, Jonh Smart, 2001 (link)
[2] “How Long Before Superintelligence?”, Nick Bostrom, 1997 (link)
[3] “Will Robots Inherit the Earth?”, Marvin L. Minsky, 1994 (link)
[4] “Singularities and Nightmares: Extremes of Optimism and Pessimism About the Human Future”, David Brin, 2005 (link)
[5] “Examining the Society of Mind”, Push Singh, 2003 (link)
Hoje, em Copenhaga na Dinamarca, teve início uma cimeira fundamental para o futuro do planeta. Mais do que palavras, será necessário tomar medidas concretas para atenuar os estragos e evoluir como sociedade. Mais do que o comprometimento por parte dos líderes mundiais, será necessário que cada um de nós tenha consciência do importante papel a desempenhar nesta luta pela paz ecológica.
Pessoalmente acredito que temos a obrigação de defender a Natureza de nós mesmos, apenas pelo seu valor intrínseco. Esta reverência é a fronteira que nos separa dos outros animais. Se as árvores e os passarinhos não nos sensibilizam, pensemos prático. Dependemos dos recursos da Natureza, não são infinitos, precisam de tempo para se renovarem (árvores, por exemplo). A água potável é um recurso escasso em muitas regiões do planeta (África, por exemplo). Posso continuar por aqui fora, e se ainda isto não chegar, estas questões estão ligadas à economia, normalmente quando se fala em dinheiro as cabeças levantam-se para escutar, mesmo assim, se isto não chegar, pensemos nas alterações climáticas. Pondo de lado as teorias da conspiração, que alegam a falsificação de resultados por parte de cientistas em relação às provas da nossa interferência no clima através da poluição, acho que só mesmo capitalistas e economistas completamente cegos é que podem questionar evidências demonstradas por muitos. Um exemplo clássico, o efeito de estufa.
Tenho curiosidade para saber o que é que vai sair daqui, num contexto de crise económica. Fica aqui o vídeo de abertura da cimeira, realizado pelo dinamarquês Mikkel Blaabjerg.
Eu sei que este tipo de apelos sentimentais utilizados como argumento, soam a demagogia. A questão central aqui, é que há muita gente a sofrer por causa dos danos que temos causado ao longo dos anos. Temos de resolver este paradoxo: ser pragmáticos, e ao mesmo tempo mudar a mentalidade global, é imperativo. A roçar o utópico, mas imperativo.
Para mais informações, visitar o site oficial cop15.dk. Não tem uma versão em português, começa logo por falhar aí, até porque há umas 200 milhões de pessoas que falam o idioma…
Este é um cartaz que defende o “Sim” ao referendo proibição da construção de minaretes nas mesquitas na Suiça. Um minarete é a torre de uma mesquita, e é o local onde são anunciadas as cinco chamadas ás orações diárias. O “Sim” ganhou com 57% dos votos, não se poderão construir mais minaretes. Esta foi uma iniciativa de um partido da direita populista, e pelo pequeno partido cristão de direita. E só poderia ser.
Basta olhar para o cartaz para perceber o tipo de argumentos usados. E nada têm a ver com arquitectura. Os minaretes estão dispostos sobre a bandeira suíça como mísseis prontos a ser disparados contra o país, uma demagogia do mais rasteiro que possa haver. Um desrespeito inacreditável. Depois a imagem de uma mulher com um olhar malévolo e desafiador, com claro aproveitamento da antipatia (da qual também partilho) pela tradição Islâmica do traje feminino a cobrir o corpo todo.
Este cozinhado entre um partido cristão e um outro nacionalista, contém os mesmos ingredientes do fundamentalismo Islâmico. São ódios que partem de dogmas bafientos. Mediavalismos que viajam no tempo. Pessoas que não têm inteligência suficiente para pensar por si, ou suficientemente inteligentes e moralmente acéfalas que são capazes de se aproveitarem do medo da ignorância dos outros, tecendo argumentos patéticos para defenderem estas primitivas ideias.
Esta critica é para os dois lados. Não se pode escamotear que o fanatismo religioso que é fomentado no Islão, não dão provas de qualquer abertura ideológica. Eu tenho a sensação que é um problema insolúvel, tão profundas que são as raízes do ódio ao Ocidente. Não têm desculpa nem futuro.
Ser-se nacionalista é uma forma rebuscada de alguém se afirmar como uma besta. Ninguém consegue apresentar argumentos a defender os seus costumes e país, em detrimento de outras forma de viver e países muitos diferentes, que não sejam baseados em medo, ignorância, racismo, xenofobia, etc. O que é que eles pretendem? Que futuro? Num mundo onde todos podem comunicar com todos instantaneamente e de qualquer lugar, pode-se viajar com facilidade, cada vez mais pessoas nas universidades e com formação superior, continuam a ditar estas barbaridades?
Eu compreendo o medo das pessoas. Também o partilho. Mas não fomento. Estas medidas, ao nível da proibição dos símbolos religiosos na França, só atrasam uma plena integração destas pessoas na sociedade.
Hoje comemora-se o Dia Internacional da Filosofia. Na 3ª quinta-feira de cada Novembro. Eu tenho um fascínio especial pela Filosofia, principalmente pelo ramo da Ética. Acho fundamental para a construção do indivíduo o estudo, reflexão e discussão das questões tratadas pela Filosofia. Lamento que esta área, no fundo é todas as áreas do saber, seja vista como retórica vazia, apenas falar muito, muita “palha” nos livros. Em Portugal é uma disciplina marginal nas escolas, e isso explica bem a ignorância deste país que adora discutir tudo e mais alguma coisa, mas pensar…isso alguém pensará por nós e depois discutimos sobre isso.
Portanto, o Dia Internacional da Filosofia deviam ser todos os dias, tal como o Dia da Mãe, do Pai, e todos esses dias que assinalam as coisas importantes das nossas vidas.
“Só sei que nada sei.”
A imagem é um quadro do pintor Rafael, onde o filósofo ateniense Sócrates fala com um dos seus mais famosos alunos, Platão.
Parecem-me impossível que se queira referendar uma questão como esta. Que diferença é que faz à sociedade portuguesa que dois homens se queiram casar? Corre-se o risco do não ganhar e fazermos todos figura de palermas, um país de maioria homofóbica. Porque nada mais está em causa. Não há aqui nenhuma questão moral ou ética, apenas o direito de duas pessoas serem felizes, nada mais. A única falha ética é deixar nas mãos de ignorantes e insensíveis uma questão como esta. E não me venham com tretas, muita gente discute isto com base em argumentos dogmáticos.
O PS rejeitou a proposta de referendo argumentando que não é matéria referendável, e fez muito bem. Depois aparecem estes tipos a fazer afirmações destas:
“…o casamento entre pessoas do mesmo sexo uma «matéria típica de referendo», dado cruzar diferentes posições que não têm directamente a ver com alinhamentos político-partidários, tal como o aborto.”
O que me preocupam é que pessoas que dizem isto estão no poder ou têm muita influência. O que é que o casamento homossexual tem a ver com o aborto? E já essa questão do aborto foi muito mal discutida. For marcadamente religiosa. E esta também vai ser.
Esta cimeira já se prevê um fiasco. Durão Barroso, afirma que “não há condições para aprovar na Cimeira de Copenhaga um novo tratado climático do tipo Protocolo de Quioto”. Parece que já não há forma de se conseguir um acordo semelhante ao de Quioto. Ou seja, vamos adiar esta questão insignificante das alterações climáticas. Uma oportunidade que os políticos têm para mostrar ao mundo que estão empenhados, mas mais uma vez não se conseguem entender, estamos sempre a adiar esta questão. Quando se diz que não há condições para chegar a um acordo, está-se a dizer o quê? É uma questão de dinheiro? É por causa da crise? Acham que se pode adiar o problema até um ponto em que seja impossível resolver seja o que for? Claro que a crise vai servir de justificação, é bastante conveniente -“sabe como é, isto da crise….”.
E depois há a questão da China. Os maiores poluidores do mundo. Esperança da parte deles? Não possso esperar que uns tipos que têm crianças de 12 anos a trabalhar 10 horas por dia estejam incomodados com isto, é mais para marcar presença e não parecer muito mal, uma questão de aparências. Dizem-me que a China é uma super-potência. Mas não pode haver um país mais primitivo do que aquele que sacrifica tudo só para ter dinheiro. E nós pactuamos com isso, porque sai barato. É por estas e por outras que eu não acredito em nenhum tipo de resolução. A questão ambiental é moralmente superior e ainda não atingimos esse nível de consciência como colectivo.
Isto é uma questão da qualidade de vida das pessoas, já para não falar do valor intrínseco da natureza e do dever moral em preservá-la, algo que eu acredito que tenhamos. Estas cimeiras têm o objectivo de gerar medidas preventivas, uma questão de prevenir danos maiores, reduzindo a emissão de gases nocivos, etc, etc. São coisas importantes, mas sinceramente, não vão ser os políticos a resolver seja lá o que for, somos nós. Pequenos gestos.
Depois da lei que proibia a compra de animais exóticos, surgiram as mais diferentes reacções.
O cronista e escritor Miguel Sousa Tavares, a mais recente estrela da caça, que é uma pessoa que admiro pela sua clareza de análise e inteligência, excepto quando fala de futebol, não deixado de ser claro e até certeiro derrama um certo ódio por um determinado clube e isso fica-lhe mal. Desta vez pronunciou-se sobre esta última lei referente aos animais no circo, depois da típica desconfiança que injustificadamente se costuma ter das associações de defesa do ambiente e animais, concluiu com o injustificável e tão previsível argumento em favor da utilização dos animais no circo, “faz sonhar as criancinhas”. Sabem que mais é que faz sonhar as criancinhas? Uma chuva de gomas e rebuçados, comer no Mcdonald’s todos os dias, ou então e aproveita-se a deixa, um TGV de chocolate…Não é por não ver animais no circo que as crianças não vão ter sensibilidade em relação à Natureza. Não é isso que os torna ignorantes em relação à proveniência da comida que têm no prato, um animal teve de ser morto para que possa comer um bife ao jantar. É uma questão de educação, dada pelos pais e pelas escolas. Educação sem hipocrisia, pois muitos dos defensores de direitos dos animais também os comem. Apesar de não ser visível para muitas mentes iluminadas que cospem “bocas” por essa internet e jornais fora, acusando os activistas de hipocrisia e exigindo deles aquilo que eles não estão dispostos a dar, entre comer carne de um animal e divertir-se à custa dele, sendo que este sofre, são duas coisas completamente diferentes, do ponto de vista ético. aquilo que os activistas pretendem, mais do que defender os próprios animais é lutar por uma sociedade com valores e princípios morais. É isto difícil de compreender? Eu sei que há um longo caminho a percorrer, é fácil cair-se na hipocrisia e demagogia quando se defendem estas causas, mas é um imperativo moral. Isto não é nada pessoal contra o referido escritor, mas o que ele disse representa uma certa corrente de pensamento tradicionalista no que respeita a esta questão.
Eu acho extraordinária esta indignação, este querer continuar no marasmo ético, prolongar o “mediavalismo” de certos costumes. Depois de saber o tipo de tratamento que os animais têm, continua-se a defender a mesma coisa em nome do entretenimento dos seres supostamente racionais. Para não falar da tradição. Foda-se! Não brinquem comigo! Acho que nem é preciso dizer nada, pelo menos não deveria. Como é que se pode defender algo, apenas porque se faz há muito tempo?! Mas está mal! Então muda-se!
O mesmo se aplica à tourada, um dos argumentos dos críticos a esta lei, é o facto de não ser aplicada em touradas, onde o animal sofre bem mais. E depois aparece outro tipo de ideia peregrina que é “não é possível quantificar o sofrimento dos animais”, esta sub-espécie de argumento é usado com frequência. Estão a querer dizer que um elefante não sente as pauladas que leva na cabeça? Que os animais gostam de viver enjaulados? Que não são afectados psicologicamente? Isto está mais que provado.
Cambada de palhaços, é o que tenho a dizer. Por isso é que gostam tanto de circo.
Quando era criança, e o circo ia a Ponte de Lima, eu ia sempre ver os animais que estavam nas jaulas. Não vou afirmar que todos os circos tratam os animais da mesma maneira, mas o que via correspondia à imagem acima. Animais encarcerados ou presos por correntes. É nessa altura que se devem ver os animais, não quando eles estão embelezados e a fazer os seus truques. É sabido que estão sujeitos a treinos violentos, para que as pessoas se divirtam. Simplesmente não se justifica este triste espectáculo. Eu não fui ao circo muitas vezes, quando era criança adorava os trapezistas e leões. Detestava palhaços, é a personagem mais deprimente que já foi inventada. Nessa altura não tinha a maturidade que tenho agora, para perceber o quanto aquilo estava mal em relação ao espectáculo com animais. Mas tinha 10 anos, e o nível de consciência ética que é preciso ter para admitir este triste espectáculo.
Em alguns países já foi banido ou restringido o uso de animais no circo. O estado português proibiu a posse de animais exóticos, e claro está, a associação europeia de circos processou o estado. Eu compreendo-os, se passasse a minha vida toda a domar elefantes e não fosse violento com eles, também me revoltaria. Mas o imperativo moral é superior. Não vale a pena “espernear”, tem de ser assim.
Este vídeo o tipo de tratamento a que estes animais estão sujeitos. Faz parte do treino dos elefantes, da preparação antes de entrar em palco. É uma barbaridade. Contêm cenas bastante violentas, principalmente pelo desprezo mostrado pelos tratadores.
Que alguém me justifique que o sofrimento passado por estes animais, justifica o nosso simples entretenimento? Alguém que me diga algo mais do que “é bonito e não gosto do circo sem animais“. Não me venham com o argumento de sensibilizar as pessoas, com a presença dos animais. Estamos em pleno século XXI e não faltam maneiras de as pessoas serem sensibilizadas para os problemas ecológicos. Para isso existem os zoos, e mesmo esses, se a Humanidade chegar a um patamar de verdadeiro crescimento ético vai questionar a existência dos mesmos.
Muito bem, concordo que estou na pisar um terreno perigoso, pois eu sou carnívoro. Muita da carne que comi proveio de animais enjaulados e destinados a ser consumidos. Não tenho desculpa. Topo da cadeia alimentar? Não brinquem comigo. Para me alimentar? Não falta o que comer além de carne. É apenas prazer gustativo, nada mais. Está ao mesmo nível que o prazer visual (ou outro prazer qualquer, tradição ou algo que os valha) que os aficionados tem com a tourada. Talvez um pouco mais complicado que isso, pois uma dieta vegetariana é complicada de fazer. Mas este é tema para uma próxima conversa, pois é algo que exige outra maturidade a nível ético.